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Saturday, April 4, 2015

Alencar Til - Romantismo Brasileiro

Impossível falar de romantismo e não falar de José de Alencar, um dos principais nomes da literatura nacional.  
José de Alencar ficou conheciso por apostar na literatura nacional, deixando de lado as influencias do colonizadores portugueses.
Por essa razão, todas as obras de Alencar apresentam traços de cultura do povo brasileiro, histórias e contos, deixando claro sua assinatura marcada pela linguagem inovadora para a época apresentada.
Era jornalista, como muitos escritores da época, teve uma atuação politica em um periodo de sua vida, mas seu reconhecimento ocorreu em sua carreira literária. Homenageado pelos grandes, se tornou amigo de Machado de Assis, que em seguida o nomeou para a cadeira 23 da Academia Brasileira de Letras, fundada logo após sua morte.
Alencar morreu cedo, apenas com 48 anos de idade. Entre suas obras temos uma extensa lista de sucessos, como por exemplo: O Guarani, Senhora, Til, Iracema e A viuvinha são alguns de seus romances mais importantes. Também é importante dizer que essas histórias primeiramente foram publicadas em folhetins.
José de Alencar é classificado tradicionalmente como um escritor do romantismo brasileiro, especificamente da primeira fase do movimento literário, mas suas obras apresentam elementos e caracteristicas que são levados a segunda fase do movimento seguinte, o realismo. Suas obras podem ser indianistas, urbanas ou históricas.

Estilo

A literatura brasileira teve suas bases na literatura portuguesa começando da época dos colonizadores. José de Alencar, através de seus conhecimentos, buscou atraves de suas obras, dar enfase a linguagem nacional, mostrar que o Brasil também poderia oferecer uma literatura de qualidade. Foi muito criticado por ter essa atitude, mas esse avanço ajudou a nossa literatura a estabelecer um estilo literario com caracteristicas proprias.

Natural de Messajana, aos redores de Fortaleza, José de Alencar mudou-se ao Rio de Janeiro quando tinha apenas 11 anos de idade. Filho de José Martiniano de Alencar e Ana Josefina de Alencar, ainda jovem foi influenciado por ideais politicos do país, senador igual seu irmão que era diplomata.

Alencar, formado em Direito, o escritor trabalhou como advogado, jornalista, dramaturgo e até mesmo como político. Foi criador da revista : Ensaios Literários no periodo em que estava na faculdade de Direito de São Paulo, aproximadamente entre 1846 a 1850. Em periódicos trabalhou no : Correio Mercantil e também no prestigioso : Diário do Rio de Janeiro.
Sua primeira obra, Cinco Minutos, teve seu lançamento em 1856. A segunda obra, A Viuvinha, teve sua publicação no ano seguinte. O Guarani, a obra mais famosa de José de Alencar, é datada no mesmo ano. A primeira edição saiu em jornais, a versão livro saiu somente depois.
Sua vida politica começou em 1860, quando José de Alencar doi deputado estadual pelo estado do Ceará. Alencar pertencia ao partido conservador, já em 1868, assumiu o cargo de Ministro da Justiça, Alencar nunca conseguiu seguir os passos do pai na política, assim que investiu na carreira literária, deixando a politica em outro plano. 

Em suas obras, José de Alencar consegue demonstrar sua preocupação com a cultura nacional, buscando retratar o Brasil através de diferentes angulos, como por exemplo: indianista, regionalista, histórico e urbano. Suas narrativas urbanas geralmente fazia critica a sociedade da  época, em especial a desigualdade social. Um exemplo bom  de desigualdade social pode ser visto em seu livro : Senhora.Suas obras indianistas mostram o indio como figura idealizada, em suas histórias, Alencar coloca o branco como o grande vilão e o hindio como o homem bom e puro. Um bom exemplo disso pode ser encontrado em seu romance: Iracema, de 1865 e também Ubirajara de 1874 que seguem com a temática indianista iniciada em : O Guarani.
Alguns fatos marcantes também fizeram parte da vida de José de Alencar, que tratou da colonização e da exploração do ouro, por exemplo. Em suas histórias regionalistas, Alencar já fala sobre os costumes do campo, bucolismo e a cultura mais natural, longe dos centros urbanos. Lugares como interior de São Paulo, pampas gaúchos e o sertão do nordeste eram retratados em seus romances, por exemplo. Essas obras segundo o autor foram inspiradas em sua infância, quando o jovem autor viajou pelo interior do nordeste.

José de Alencar faleceu em 1822 de tuberculose, alguns anos mais tarde foi homenageado como patrono da cadeira 23 na Academia Brasileira de Letras, fundada por Machado de Assis.

Til

Trabalhando com o genero romance, ainda em formato de Folhetim podemos citar uma das obras de grande sucesso de José de Alencar: Til.
Publicado em 1872, Til é seu terceiro romance regionalista que tem toda sua ação em uma fazenda no interior de São Paulo, por volta de 1846. A nota de abertura do romance: Sonhos d 'ouro, esse regionalismo nos permite descobrir em suas regiões onde se propaga as tradições e costumes e também a linguagem do povo brasileiro.
Ainda trabalhando com problemas urbanos, Til é uma menina que foi rejeitada quando nasceu e foi adotada por uma viuva chamada Inha Tudinha que tinha um filho chamado Miguel Til. Menina bonita, ligeira e esbelta era uma garota que todos gostavam e por quem a maioria dos jovens suspiravam.
Ela e Miguel (os quais são irmãos de criação, pois Miguel é filho de Inhá Tudinha) são muito amigos dos filhos de dona Ermelinda e Luís Galvão: Afonso e Linda (Linda tem o mesmo nome da mãe, Ermelinda, por isso é conhecida pela alcunha de Linda). Afonso e Miguel são apaixonados por Berta, e Linda está apaixonada por Miguel, porém Berta trata a todos como irmãos. Luís Galvão também cuida de um sobrinho, órfão de pai e mãe, chamado Brás, que tem problemas mentais. Luís tenta enviá-lo para a escola, porém ele não consegue aprender, o que leva seu professor, o Domingão, a bater-lhe muito com a palmatória. Berta se compadece do pobre coitado, que se convulsiona em prazer e alegria ao ver o sinal do til(~). Portanto, ela resolve ensinar-lhe o alfabeto e, assim, ela relaciona todas as letras do alfabeto às pessoas que Brás conhece, sendo que ela representa o til.

Jão Bugre, mais conhecido como Jão Fera, é um temido matador de aluguel da província de Santa Bárbara. Ele nutre um carinho especial por Berta, e sempre a observa quando ela vai visitar a negra Zana, que vive em uma casa caindo aos pedaços. Zana também tem problemas mentais, e tem um grande terror quando chega perto do quarto da casa, onde parece que ela revive uma terrível lembrança. Jão Fera foi contratado por um estranho, chamado Barroso, para matar o fazendeiro Luís Galvão. Quando Berta descobre isso, impede Jão Fera de concluir a sua atrocidade, salvando a vida de Luís Galvão. Jão Fera, antigamente conhecido como Jão Bugre, por causa da cor da sua pele, foi encontrado na fazenda pelo pai de Luís Galvão, quando tinha por volta de um ano de idade. Não se sabe o que aconteceu com seus pais, mas especula-se que, após uma grande enchente que ocorreu na região, seus pais tenham sucumbido à força das águas e só ele tenha sobrevivido. Jão Bugre tinha grande respeito por Luís Galvão, livrando-o de várias brigas que ele arranjava. Ambos se apaixonaram por Besita, a moça mais bonita de Santa Bárbara. Quando Jão descobriu que Luís estava apaixonado por Besita, resignou-se com seu sentimento, por amor ao seu irmão de criação. Besita, no entanto, não correspondia ao amor de Luís Galvão, devido à sua má fama de mulherengo e aproveitador. Ela também sabia que Jão a amava, porém ele a pediu que aceitasse Luís Galvão. O pai dela não aceitou o pedido de casamento de Luís Galvão, e enganou a filha, dizendo que ele não queria nenhum compromisso. Por fim, Besita casou-se com Ribeiro, filho de um rico fazendeiro da região. No dia do casamento, Ribeiro foi resolver uns negócios em Itu, a respeito de uma herança que recebera. Ribeiro perseguiu o administrador de seus bens até o Paraná, a fim de receber sua herança, e depois disso, caiu na "gandaia". Nesse meio tempo, em uma noite, Luís Galvão enganou a negra Zana, mucama de Besita, e se passou por Ribeiro. Luís passou a noite com Besita, que ao amanhecer, viu o erro que cometera. Besita deu à luz uma menina. Somente Zana e Jão Bugre sabiam do seu segredo.

Jão Bugre só não matou Luís Galvão a pedido de Besita, que intercedeu pela vida dele. Depois de dois anos, enquanto Jão Bugre estava fora da fazenda, Ribeiro volta para casa e inflama-se de raiva ao ver sua esposa com a criança, que ele sabe não ser sua filha. Ribeiro começa a esganá-la, quando chega Jão Bugre para tentar salvá-la. No seu último suspiro, Besita pede para que Jão proteja sua filha, e Zana chega ao quarto e vê sua ama morrer. Ribeiro foge para Portugal, e Jão tenta cuidar da menina. Inhá Tudinha chega na fazenda e leva a menina para criá-la. Jão fica transtornado com a morte do seu objeto de amor, e torna-se um jagunço, ganhando assim a alcunha de Jão Fera.

Passados quinze anos, Ribeiro volta de Portugal, agora conhecido como Barroso, e deseja terminar a sua vingança. Vai para Santa Bárbara e contrata Jão Fera para matar Luís Galvão. Nenhum dos dois se reconhece, mas Luís Galvão é salvo por intermédio de Berta. Vendo seu plano inicial fracassar, Ribeiro planeja uma vingança mais engendrada: matar Berta e Luís Galvão e tomar o lugar dele como marido de dona Ermelinda. Para isso, maquina junto com dois escravos de Luís Galvão, Faustino e Monjolo, para, na noite de São João, trancarem os negros na senzala e atearem fogo no canavial. Assim que Luís Galvão saísse para apagar o incêndio, eles o jogariam ao fogo; Ribeiro apareceria para salvar a plantação e tentaria conquistar o amor de dona Ermelinda. Jão Fera descobriu a trama e, na noite de São João, quando Luís Galvão tentava apagar o incêndio, matou Monjolo, Faustino e outro jagunço contratado por Ribeiro, o Pinta, salvando a vida de Luís Galvão. Após esse episódio, perseguiu o Ribeiro, que só sobreviveu por intermédio de Miguel e Berta. Ribeiro fugiu, mas, alguns dias depois, voltou para matar Berta. Jão Fera, que há pouco havia escapado da Justiça, pois havia se entregado às autoridades, salvou Berta e matou o Ribeiro. Berta, ainda sem saber de sua história, ficou horrorizada e Jão Fera fugiu, se entregando novamente às autoridades.

Dias depois, Luís Galvão e sua família vão para a festa do Congo na vila de Piracicaba, para onde Inhá Tudinha, Miguel e Berta também vão. Afonso escapa de seus pais para ir falar com Berta, porém aparece um homem estranho que diz: "Teu pai matou a mãe dela; tu queres matar a filha, e duas vezes!". Após isso, o estranho dirige-se a Luís Galvão e diz: "Teu sangue mau quer teu sangue bom! Toma cautela...". Então, ouve-se que a cadeia fora arrombada. O estranho era Jão Fera, que havia escapado da cadeia. No caminho de volta, Luís Galvão conta acerca do seu passado à sua esposa, e depois Berta descobre o seu passado. Berta não aceita como pai Luís Galvão, por conta do que ele fez no passado, e diz que o único pai que ela conheceu fora Jão Fera, que sempre zelou por sua segurança. A única coisa que ela pede é que ele dê permissão para que Miguel se case com Linda, contra a vontade de dona Ermelinda. Miguel é enviado para estudar em São Paulo e, ao final de dois anos, voltar para se casar com Linda. Ele ainda tenta convencer Berta a ir com ele para serem felizes juntos, mas ela, por amor à amiga, não o faz. O livro acaba com Berta e Inhá Tudinha acenando para Miguel e Jão Bugre roçando a terra

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