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Wednesday, April 15, 2015

O Cortiço - Resumo e Análise

O Cortiço é um romance naturalista do brasileiro Aluísio Azevedo publicado em 1890. Que denuncia a exploração e as péssimas condições de vida dos moradores das estalagens ou dos cortiços cariocas do final do século XIX. Segundo análise de Antonio Candido, no ensaio De Cortiço a Cortiço, no cortiço de Aluísio Azevedo a natureza brasileira "desempenha papel essencial como explicação dos comportamentos transgressivos, como combustível das paixões e e até da simples rotina fisiológica. Aluísio aceita a visão romântico-exótica de uma natureza poderosa e transformadora, reinterpretando-a em chave naturalista. De acordo com Valentin (2013), O cortiço é um dos primeiros romances brasileiros a apresentar representações da homossexulidade.
 A esse respeito, afirma o autor:

"[...] em O cortiço, conclui-se que a homossexualidade é representada de duas maneiras: a primeira delas, no caso de Albino, de modo estereotipado e oblíquo, na qual ela funciona como caracterizador de um tipo social; a segunda, no caso de Pombinha e Léonie, materializada sob a forma de ato sexual, no qual o desejo, concebido como instinto animal degenerado (por ser de orientação homoerótica e por vir de uma prostituta), emerge a partir da personagem Léonie. Nesse caso, no entanto, ela não se sustenta como algo duradouro, pois ela se resume àquele ato.

A obra descreve a ascensão social do comerciante português João Romão, dono de uma venda, uma pedreira e um cortiço, próximo ao sobrado de um patrício endinheirado, o comendador Miranda. A rivalidade entre os dois aumenta à medida que cresce o número de casinhas do cortiço, alugadas, na sua maioria, pelos empregados da pedreira, que também fazem compras na venda de João Romão, que, desse modo passa a enriquecer rapidamente. Com a intenção obsessiva de tornar-se rico, João Romão economiza cada moeda e explora quem quer que seja sempre que tem oportunidade, como o faz com a escrava fugida chamada Bertoleza que o auxilia no trabalho duro e para quem ele forjou um documento de alforria.

O sonho de João Romão é adquirir prestígio social, como seu patrício Miranda. Este, à medida que o vendeiro vai enriquecendo, passa a considerar a possibilidade de oferecer-lhe a mão de sua filha, Zulmira; assim um amigo em comum, Botelho, se faz de intermediário das negociações e tudo fica arranjado. João Romão fica noivo de Zulmira, alcançando assim um patamar mais alto na escala social. O único inconveniente é a escrava Bertoleza, que não aceita ser descartada, para qual Botelho arma um plano: denuncia Bertoleza como escrava fugida a seu verdadeiro dono que vai com a polícia prendê-la. João Romão faz de conta que não sabe de nada e a entrega. Bertoleza percebe que Romão, sem coragem de mandá-la embora ou de matá-Ia, preparou essa armadilha para devolvê-la ao cativeiro, desesperada, ela se mata.

A narração desses fatos da vida de João Romão entrelaça-se com a narração de vários episódios dos moradores do cortiço, cuja luta pela sobrevivência é dura e cruel. O caso de Jerônimo é exemplar da visão naturalista de Azevedo, Jerônimo é um operário português contratado por João Romão para trabalhar na pedreira, é sério e honesto, casado com Piedade, também portuguesa. Eles têm uma filha adolescente e vivem bem como família. Mas no cortiço, Jerônimo começa a sofrer influência daquele ambiente desregrado então apaixona-se pela mulata Rita Baiana, por ela, mata um rival e abandona a família.

Acompanhando a evolução social de João Romão, o cortiço também se desenvolve, principalmente depois de um grande incêndio, quando passa por reformas e transforma-se na "Avenida São Romão", com melhor aparência e uma população mais ordeira. A população mais baixa e miserável se transfere para outro cortiço, o "Cabeça de Gato", mantendo-se assim a engrenagem do sistema social em que predomina a lei do mais forte.

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