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Thursday, May 28, 2015

Karma ou Ciclo?

Sabe aquele beijo, aquele beijo que começa sem perceber, os labios dela tocando os meus, quase que entre abertos, aquele beijo  onde a respiração comanda, sentindo a temperatura de seu corpo na saliva. Aquele beijo que deixa seu corpo com febre, um calor que te amolece, aquele beijo molhado o suficiente pra se tornar unico, aquele beijo em que você sente o arrepiar da pele dela, respiração, tato, tudo dentro de um beijo. Aquele beijo que desperta seu corpo deixando a linguagem corporal dominar seus sentidos, sua razão. Ela passa a ser a extensão do seu corpo, como se estivesse em suas veias, pulsando, aquele beijo quase que sem abraço, aquele beijo simples, aquele beijo simples. Aquele beijo que prende e que parece eterno, mas aquele beijo durou apenas o minuto que levei para abrir meus olhos e ver que ela já não estava ao seu lado, aquele beijo que ficou guardado, aquele beijo que te abandona pela manhã, mas volta eloquentemente pela noite. O desejo mais profundo, seu segredo, seu desejo, sua criptonita, aquele beijo ...
Era dessa maneira que eu me sentia todas as manhãs, sentia que o ar estava denso e parado, como se me faltasse algo para respirar, uma sensação que eu tinha que conviver todos os dias, pelo menos por enquanto eu vivesse.

Haviam dias bons, onde as horas apenas passavam e os pensamentos não me atormentavam, dias em que eu respirava, sorria, trabalhava, dias, apenas dias, mas aí haviam todos os outros, onde conseguia ver seu rosto em cada desconhecido, em cada cartaz em cada memória. Todas as manhãs que acordava na ansia de um beijo, de um abraço ou pelo menos de uma troca de olhar, era como se eu a tivesse colocado em um pedestal, onde nada e ninguém pudesse tirá-la. As vezes eu me pergunto como uma pessoa pode causar esse tipo de sensação, esse tipo de delirio, mas penso que eu tenho tendencias exacerbadas a poesia, e um bom poeta tem que passar a vida sofrendo.

Eu decidi sair do raio do calor, não posso mais com essa sensação, fugi, me guardei em um país gelado, onde eu sei que o sol não vai me fazer lembrar, o calor, a febre, nada disso, porque o frio me faz esquecer, me faz esquecer do toque, do gosto, do cheiro, daquela memória que foi simplesmente esquecida.

Gostaria de saborear um café, sem pensar em nada, mas o meu desafio é esse, esperar o tempo, esperar apenas, mesmo eu apenas aprendendo com a vida sei que meu coração foi quebrado e depois de todos esses anos eu ainda não consigo juntar os pedaços, tenho que enfrentar o tempo, mas ai eu olho pra tras e me perco entre lagrimas e recordações vazias, minhas apenas, somente minhas. Não tenho noticias, não tenho nada, só tenho a minha memória que insiste em trabalhar contra mim todos os dias desde então, sim ... dias, porque cada dia é um passo, uma recuperação.

As vezes meu sorriso esconde o que realmente está dentro de mim, como uma máscara, a mesma que uso todos os dias, a mesma máscara que me faz sobreviver nesse caminho de pedras, aí simplesmente alguém interrompe meus devaneios perguntando se eu gostaria de um pouco mais de café, meu sorriso é franco e volto pra realidade, e esses pensamentos apenas se tornam pensamentos, coisas que se foram.

penso que eu saiba pouco demais pra escrever o resto da minha vida nisso, nessa simples memoria, gostaria de ser livre, mas acho que não dessas lembraças, mas de mim mesma, porque na verdade estou sendo prisioneira das minhas proprias vontades e sentimentos, está tudo dentro de mim, descobrir, viver, sonhar. São esses dias, esses poucos dias que me fazem sorrir, esses dias bons,como agora, como esse momento lucido, tudo esta bem, é só mais um dia.

Foi dentro desses dias que eu redescobri você, como se tudo o que eu tivesse sentido alguma vez simplesmente desaparecesse, meu coração não era mais escravizado, ele batia por si só, como se tudo o que uma vez eu jurei não sentir tivesse voltado abruptamente a mim, como se tudo o que eu achava ser mentira uma vez mais poderia ser verdade, você sempre esteve perto, juntando suas cores com as minhas, as minhas cores tão vazias e cinzas, e com um simples beijo todas as minhas duvidas se transforamaram em esperança, e sabe aquele beijo? Era apenas um beijo.

O amor pode ser engraçado, mas eu definiria o amor como esperança, um sentimento lindo que poucos experimentam, uns por medo, outros por simples incompatibilidade, mas quando ele acontece, todos os beijos que passaram se tornam simples beijos.




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